sexta-feira, 7 de novembro de 2014

EXALTAÇÃO A UM CENTENARIO DE NASCIMENTO

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                    Hoje, ao se completarem os 100 (cem) anos do nascimento de INÁCIO FERREIRA DO CARMO, registramos que seus 47 descendentes entre filhos, netos e bisnetos- alcançaram o terceiro milênio honrando o seu nome e louvando o seu esforço por propiciar a todos a oportunidade de vida digna.
                      O seu nascimento ocorreu no dia 06 de novembro de 1914, numa casa de taipa, em terras da zona canavieira do Estado de Pernambuco, onde o seu pai JOSÉ FERREIRA DO CARMO casado com VICÊNCIA MARIA DA CONCEIÇÃO - trabalhava como cambiteiro de engenho.

O CENÁRIO
        Para aquela e tantas outras crianças nascidas na primeira quadra do século XX, a realidade era desoladora: A mortalidade infantil ceifava prematuramente a vida da maioria dos recém-nascidos; não havia antibiótico; a penicilina só seria descoberta em 1929 e chegaria ao Brasil em 1940. Aquela fatídica e cruel realidade determinaria que INÁCIO seria o único sobrevivente entre 15 irmãos.
        Não havia estradas rodoviárias, já que também não havia automóveis. Os primeiros e raros veículos importados nos primeiros anos do século só circulavam nas principais cidades e chegariam a algumas capitais do Nordeste entre 1920 e 1929; Em 1928 seria pavimentada a primeira estrada entre o Rio de Janeiro e Petrópolis. As rodovias só vieram a prosperar no Brasil a partir de 1940 e muito mais tardiamente no Nordeste.
        Não havia transmissão rádio; a primeira transmissão viria a ocorrer em 1919; Os Telégrafos - único meio de comunicação rápida - apenas ligavam algumas capitais.
        As comunicações interioranas e o transporte de cargas eram feitos por tropeiros, almocreves, mascates ou caixeiros viajantes.
        Quatro séculos de descaso com a educação haviam mantido a esmagadora maioria da população no analfabetismo, principalmente nas zonas rurais; não havia perspectivas de ascensão cultural e econômica aos nascidos pobres. Os patrões tinham interesse na manutenção daquele estado de ignorância que facilitava o seu domínio num mercado de trabalho sem leis.
        O isolamento cultural condenava as crianças, logo cedo, a se tornarem miniaturas de adultos e a aprenderem os seus ofícios, para logo serem continuadoras dos pais que, por sua vez, já eram continuadores dos avós, no jeito de ser e de viver.
A MUDANÇA
                    Seria necessário contrariar a lógica daquele tempo para alimentar sonhos e encontrar forças para torná-los realidade. INÁCIO DO CARMO (como ficou conhecido) teve e alimentou o sonho de quebrar aquela lógica; encontrou forças ante a negativa, do senhor de engenho, em autoriza-lo a frequentar uma escolinha rural. Diante da afirmativa do senhoriode que o lugar daquele menino é no eito. JOSÉ DO CARMO apoiou o filho, abandonou o trabalho e a moradia, seguiu a rota dos tropeiros em direção do Estado da Paraíba e conseguiu acolhimento às margens do Rio Paraibinha na confluência do Rio Paraíba, Município do Ingá.
                   Ali, INÁCIO foi alfabetizado numa escolinha noturna, à luz de lamparina, a despeito dos seus estafantes afazeres diários. As luzes que se acenderam em sua mente transformaram-se em farol a iluminar a sua longa caminhada em busca de melhor futuro para si e para a família que haveria de estabelecer.
A VIDA
                    Dedicado exclusivamente ao trabalho, juntou algumas economias e dedicou-se ao incipiente comércio local à margem da trilha dos viajantes. Adquiriu pequena propriedade e investiu na agricultura e pecuária. Em suas viagens, em busca de produtos, adquiria livros úteis ao seu aprendizado; em pouco tempo tornou-se o principal intermediário entre a capital do Estado e as populações diluídas nos minifúndios ou homiziadas nas fazendas da elite rural.
        Pelas suas mãos circulavam os gêneros alimentícios, os instrumentos de trabalho dos artífices, os variados tecidos e ainda as vacinas, a penicilina e outros produtos homeopáticos e farmacêuticos, minimizando as principais carências locais.
        Aos 22 anos casou-se com MARIANA FRANCISCA DA SILVA, mulher de fibra com quem deixou uma descendência, a quem dedicariam todo o fruto do seu trabalho; os seus objetivos e esperança eram de que a nova geração rompesse aquele círculo vicioso de ignorância e pobreza que estavam a superar.
        Tornou-se conhecido em todos os lugarejos, vilas e distritos; foi solidário nas dificuldades, concedendo crédito sem vantagens a todos os trabalhadores que enfrentavam dificuldades pelo flagelo das secas; não tinha inimigos nem desafetos.
        Contribuiu significativamente para a manutenção da Escola e construção da Capela rural que exerceriam grande influência na formação moral e cívica da nova geração.
        Vivendo na simplicidade, não ambicionou acumular riquezas; teve perdas, mas não se dobrou diante das dificuldades; foi humilde, sem subserviência.
        Na década de 50 deixou a área rural e mudou-se para a capital com o objetivo de apoiar a continuidade dos estudos dos filhos. Deu exemplos de paciência, perseverança, persistência e honestidade.
        Despediu-se da vida terrena em 08 de maio de 2007; 22 dias depois a sua fiel e dedicada esposa o acompanhou na grande jornada. Não deixaram fortuna material; deixaram o tesouro dos seus exemplos de dedicação à família, bem educada, que lhe será sempre grata pela inalienável herança.
João Pessoa, PB 06 de Novembro de 2014

José Geraldo da Silva

Aos amigos leitores: O texto é de meu irmão, com muita alegria, apresentamos aquele que foi canal para nossa existência, nos amou e educou com dignidade e sabedoria. A Deus agradecemos tantas dádivas recebidas através de nosso pai. 


terça-feira, 4 de março de 2014

Memoria de um povo: precisamos de respeito!


Perdi o gosto pelo carnaval... de repente
Tão de repente que me assustei com a falta de vontade. E foi neste ponto que parei pra pensar, o que era o carnaval originalmente e como se expressava nos tempos de minha infância e juventude?
As pessoas eram livres pra ir pra rua e brincar, se conhecendo passavam nas casas com musica, batucada, em inocentes fantasias...Hoje o carnaval como outros festejos antes leves e simples, viraram eventos. 
Os eventos de João Pessoa  infelizmente não tem nada de original, gigantescos me incomodam por diversos lados:
Não revelam a cultura local, a musica tocada raramente tem algo nosso, geralmente é um som de lixo, não respeitam o ambiente, fabricam lixo poluente escandalosamente; levam o dinheiro publico pelo ralo, estimulam a corrupção, devido ao descontrole,enchem as ruas de vergonha, fedor...E não deixam rastro positivo em nenhum aspecto, a não ser uma sensação de alivio quando terminam! 
Para onde vai o dinheiro gasto nestes eventos, com contratações milionárias? 
Com este dinheiro deveriam consertar as ruas, humanizar os hospitais públicos, escolas cujos banheiros são vergonha, cujas salas parece que estamos em tempos de guerra, sem Bibliotecas; poderiam aproveitar pra embelezar as ruas de verdade, com esculturas da invenção local em todos os bairros, feitos com Verdade e não coisinhas mesquinhas, acabar com os buracos que nos dão medo de andar, de passear e acreditem: tenho vergonha de convidar amigos pra conhecer João Pessoa.
Dois aspectos são uma vergonha  total: o lixo nas ruas, na rodoviária;  nos mercados, o sistema de coleta não se moderniza, e as buraqueiras nas ruas.

E por falar em buraqueira, não sei onde o prefeito tem os olhos: há meses em Tambaú, na esquina do Mercado Publico,  um bueiro aberto, todo enferrujado, os ferros à amostra, a tampa quebrada, bem na nossa vista, o Mercado  Publico onde se vendem frutas, legumes e verduras com freqüência  diária, é também área bancaria, área de turismo, área residencial, onde pessoas vivas de todas as idades estão circulando diariamente!, Riscos de quedas e acidentes, se um cidadão quebrar a perna neste bueiro, pode bem processar o Estado por descaso! Mas pra isso a população precisa ter consciência dos direitos e não admitir que o prefeito gaste tanto nos eventos e não valorize as pessoas, os bairros, a cultura, a auto-estima dos moradores desta Cidade!
Se a capital tiver outra cara mais autentica e civilizada; pode servir de espelho positivo para as outras! O projeto dos governos é ajudar a apagar a memória do povo, para assim nos dominar para sempre!

E como a retina guarda aquilo que vê, a população que usa todos os dias o terminal rodoviario leva consigo o lixo nos olhos, na alma e, assim vai reproduzindo o lixo na vida, sem reclamar seus direitos a paisagens e ruas bonitas e funcionais!

Se cada morador de Tambau fizer uma foto mostrando aos administradores certamente poderemos ter uma Exposição do Lixo e Buracos de João Pessoa!
Vamos começar nossa produção?

quarta-feira, 27 de março de 2013

RETALHOS HISTÓRICOS



 Publico este texto, como é de justiça, copiado do Face:


RETALHOS HISTÓRICOS
Esta foto histórica vai para o blog Retalhos Históricos, do amigo Emmanuel Sousa:

Grupo de intelectuais campinenses fundadores da Academia dos Simples em 1940. Antonio Mangabeira, Epitácio Soares, Inácio Rocha e Egídio de Lima. Foto de Euclides Vilar.
Fonte: Revista Manaíra, Campina Grande, Ano XII, nº 66, Junho de 1951, p.16.

Imagem contida no trabalho de dissertação de mestrado em História na UFCG, intitulado "Da Academia ao Bar: Círculos Intelectuais, Cultura Impressa e Repercussões do Modernismo em Campina Grande -PB (1913-1953)", da minha autoria, a ser publicado brevemente em formato de livro.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Estado de Emergência para a Educação



Para equipar todas as 113.269 unidades até 2020, como prevê lei, seria necessária construção de 34 bibliotecas por dia

Mas estão ocupados construindo estádios...”  responde a Bibliotecária em desespero!
“Estádios e labirintos para as falcatruas pessoais! é o que certos setores dos governos fazem!

Trabalhei em escolas publicas a vida inteira, entre 1974 e 1996
no Rio, em plena Lapa e na Maré, digo favelas da zona norte,
tanto a escola da Lapa, Escola Celestino da Silva, como as diversas da região de favelas tinham uma biblioteca, pessoas treinadas para dar continuidade aos programas minimamente que fosse,  o livro circulava entre os alunos!
Quando me aposentei e retornei para a terra de origem e tive contato com as aldeias em Baia da Traição, fiquei alarmada com a ausência do livro, o que me fez agir junto com educadoras comunitárias para minimizar o prejuízo de todas as gerações que ficaram sem livro!
Paralelamente vi o amigo Políbio Alves em luta para restaurar e equipar de livros e biblioteca uma Escola Publica das mais antigas nesta cidade, e o desespero dele foi estafante: com esforço hercúleo a escola voltou a ser humana e apontar para o livro. Casos isolados? Não! Esta é situação nacional! 
Observe que coincide com o crescimento das drogas entre jovens e adultos, com a invasão do alcoolismo generalizado.
Posso estar ficando doida, mas esta realidade não pode continuar  diante da cegueira política.
Precisamos botar a boca no trombone, e apontar soluções rápidas:
Bibliotecas itinerantes, programas de leitura itinerantes, pois o caos precisa parar de crescer!
Decretar Estado de Emergência para o Livro e vamos pra rua! Acreditem que podemos fazer alguma coisa radical, visível e sanadora!
Abraço de quinta-feira com criatividade e coragem!
Bendito aquele que semeia livros...”
(
Castro Alves)

terça-feira, 20 de março de 2012

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

CINEMA E POESIA em JOÃO PESSOA

O ESCRITOR E POETA IVERSON CARNEIRO E sua filha MANAÍRA CARNEIRO surpreendem pelo conhecimento e atualidade de suas atividades: cinema, teatro, poesia!

Escritor Iverson Carneiro chega a João Pessoa nesta segunda, dia 9, juntamente com sua filha,
a cineasta Manaíra Carneiro, para uma série de atividades.
Ela irá ministrar um workshop sobre roteiro cinematográfico e fazer uma palestra sobre a experiência dela com cinema na periferia do Rio de Janeiro.
Iverson Carneiro estará autografando seu livro no Lima Penante no próximo dia 17.
Manaíra Carneiro dirigiu um dos episódios do filme 5XFAVELA, AGORA POR NÓS MESMOS, que fez suceso nos festivais de Canes e Havana, em 2010.
As apresentações tem o apoio da FUNJOPE e da Prefeitura de João Pessoa. Workshop : da idéia ao filme - Oficina de Roteiro
“Através deste workshop, a Secretaria de Politicas Publicas para as Mulheres pretende revelar novos talentos e potencializar a capacidade criativa de cada uma destas mulheres, que não tiveram condições de participar de um curso de cinema, e agora, encontram esta oportunidade de poder entrar neste mercado de cinema e televisão"
Cinema e periferia – Na segunda-feira (16), Manaíra Carneiro ministrou a palestra ‘Cinema na Periferia’, às 19h, no Teatro Lima Penante, com entrada aberta ao público e participação da videasta paraibana Ana Bárbara Ramos. Manaíra vai contar sua trajetória no cinema brasileiro e a experiência de ter roteirizado e dirigido o episódio ‘Fonte de renda’, no longametragem ‘5xFavela – Agora por nós mesmos’, lançado em 2010.
Manaíra, que nasceu na Paraíba e atualmente mora no Rio de Janeiro, vem desenvolvendo oficinas de produção audiovisual no Complexo da Maré, conjunto formado por 13 comunidades cariocas, buscando desfazer os estereótipos criados pela mídia comercial e o próprio cinema em relação a quem mora nas favelas brasileiras. “Esta é uma missão que tenho como obrigatória. Por meio deste trabalho, estas pessoas se empoderam e podem falar sobre a sua realidade, com o olhar verdadeiro de quem mora nestas comunidades”, ressaltou.
Texto copiado do site Cabedelo Noticia Autoria: Fred William Nota: como participante deste Workshop em João Pessoa, quero agradecer a oportunidade de me aproximar da arte cinematográfica, que me conquistou nos anos 70, e agora se desvenda a meus olhos abismados, através da cineasta Manaíra Carneiro.