domingo, 21 de dezembro de 2008

TEMPO DE PARTILHA

Com este canto te chamo/ Porque dependo de ti./ Quero encontrar um diamante/ Sei que ele existe e onde está./ Não me acanho de pedir ajuda/ Sei que sozinho nunca vou poder achar,/ Mas desde logo advirto,/ É para repartir com todos./ Traz a ternura que escondes/ machucada no teu peito,/ Eu levo um resto de infância/ que meu coração guardou./ Vamos precisar de fachos para as veredas da noite,/ Que oculta e às vezes defende o diamante./ Vamos juntos, traz toda a luz que tiveres,/ Não te esqueças do arco-íris que escondestes no porão./ Eu ponho a minha poronga, de uso na selva,/ É uma luz que se aconchega na sombra./ Não vale desanimar, nem preferir os atalhos sedutores,/ Que nos perdem, para chegar mais depressa./ Vamos achar o diamante para repartir com todos,/ Mesmo com quem não quis vir ajudar, pobre de sonhos,/ com quem preferiu ficar sozinho bordando de ouro seu umbigo engelhado,/ mesmo com quem se fez cego ou se encolheu na vergonha de aparecer procurando,/ com quem foi indiferente e zombou das nossas mãos/ enfadigadas na busca,/ mas também com quem tem medo do diamante e seu poder/ e até mesmo com quem desconfia que ele existe,/ e existe,/ o diamante se constrói quando procuramos juntos,/ no meio da nossa vida,/ e cresce, límpido cresce,/ na intenção de repartir o que chamamos AMOR./

*Para repartir com todos, de Thiago de Mello*

Nesse tempo em que partilhar se confunde com comprar/consumir, lembrei deste texto tão significativo, e que tem muito a nos dizer.

Vai para todos os amigos, com quem compartilho pensamentos, idéias e atos.