terça-feira, 3 de abril de 2007

Viver Melhor: Espantando o bolor

Viver Melhor: Espantando o bolor

Espantando o bolor

O apartamento estava fechado há quase três semanas. Era preciso ir lá! Ao abrir a porta, senti o cheiro de bolor, mofo, coisa parada, retida, estagnação... Incrível! Apenas alguns dias e o ambiente mostrava estranhamento. Faltava gente circulando, ar se renovando, corpos em movimento. Faltava vida no ambiente. Escancarei todas as portas, os armários dos quartos, tudo agora ia respirando e tomando outra cara. Hora de retirar as roupas guardadas, espalhá-las nos sofás, cadeiras, mesas, secadores, pendurá-las ao vento, deixar os lenços voarem como beija-flores no ar, meias, lenços, blusinhas, vestidos, saias esvoaçantes, jeans, calções do marido, camisas e suas mangas dançantes, camisolas, camisetas, maiôs, calcinhas...alguma fralda de bichinhos coloridos, lençóis, toalhas azúis, amarelas, vermelhas, verdes de mato amazônico, tudo a respirar, respirar, respirar... Nesse instante, a casa se enche de cores, texturas, formas ao vento. A casa é brisa que vem do mar! O cheiro de morte sumiu pra dar lugar ao cheiro de renovação. Seria por esse motivo que as grandes casas de outros tempos, com tanta gente circulando, eram tão bonitas? Seria por esse motivo que a depressão ataca os viventes da cidade como se fosse um mofo? Estaria aí uma das causas que fazem os deputados não enxergarem a coisa certa, e se tornarem seres embolorados, assim que cruzam a porta de entrada da Câmara? Teríamos então de levar raios de sol para dentro do senado, para dentro dos gabinetes de todos os poderes? Como pegar raios de sol que possam operar mudanças dentro dessas casas que são mantidas por nós? Quem tiver alguma idéia, me diga, por favor!!! Chega de bolor! Tomara que o sol entre no coração daqueles homens e também mulheres, que passam dias cultivando mofo, atrapalhando os poucos que querem fazer o Brasil respirar!