quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Paraibano lê só 4,2 livros por ano

De acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, o brasileiro lê, em média, 4,7 livros por ano, sendo que 3,4 são livros indicados pela escola (incluindo didáticos) e apenas 1,3 livros são lidos fora da escola. O paraibano lê um pouco menos: 4,2 livros por ano. Nos três meses anteriores a pesquisa, 45% da população pesquisada disse não ter lido nenhum livro. Isso mostra quanto a leitura precisa ser estimulada na população brasileira. Para a bibliotecária e coordenadora do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal da Paraíba, Geisa Flávia Câmara, esse estímulo deve começar nas escolas, mas algumas instituições trabalham os equipamentos de leitura de maneira equivocada. “A leitura deve ser trabalhada como instrumento de lazer, libertação e prazer, nunca como castigo. O aluno gazeia aula, por exemplo, e como castigo ele é levado para a biblioteca”, ressaltou. A vice-coordenadora do curso e também conselheira do Conselho Regional de Biblioteconomia, Alba Lígia de Almeida, concorda com a colega e acrescenta: “Os alunos não sabem utilizar a biblioteca e todos os serviços que ela oferece, justamente porque não há profissionais capacitados”, alertou. A categoria vem lutando pela presença de bibliotecários formados em todos os equipamentos, sejam bibliotecas públicas, escolares ou particulares. De acordo com a Lei 12.244/ 2010, até 2020 todas as escolas públicas e privadas devem ter bibliotecas e estas devem contar com profissionais qualificados. Os resultados deverão surgir em médio prazo, mas, para Alba Lígia, a Lei representa um grande avanço e terá um papel significativo na educação de crianças e adolescentes. “O papel do bibliotecário não é só gerenciar livros, mas promover o acesso a informação e o estímulo a leitura através de várias ações, desde a organização de uma vitrine que chame a atenção do leitor, até contar histórias, e se o bibliotecário não tem esse dom, ele pode ser um mediador. O que não pode é transformar a biblioteca em depósito de livros”, afirmou. Conselheiro de governança do movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos afirma que o papel do bibliotecário no século 21 mudou radicalmente. “O profissional tem que ter a percepção de que a biblioteca não é apenas um lugar de armazenar livros e que o seu papel não é controlar devolução e empréstimo de livros. Hoje o bibliotecário tem que ser um catalisador, ele deve ajudar os alunos a chegar de modo mais fácil ao conhecimento”, comentou. De acordo com o Censo Escolar 2010, das 1.190 escolas públicas da rede estadual, 509 têm bibliotecas ou salas de leitura, o equivalente a 42,47%. Já nas redes municiais de ensino, o número é ainda mais alarmante. Apenas 12% das escolas dos municípios paraibanos possuem bibliotecas. São 6.008 escolas e apenas 721 bibliotecas. Trecho do artigo assinado por Larissa Claro