sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

HOMENAGEM

Este poema está gravado no muro, ao lado de uma pracinha, em Garanhuns, Pernambuco, junto ao painel desenhado por Armando Rocha.

Inicio 2009, com esse registro, e ao mesmo tempo, convido os leitores que encontrarem textos interessantes nos muros, deixem recado, que vou acolhêr com prazer, neste cantinho:

Uma canção para Garanhuns

Murilo Matos

Resplende na terra, num vale virente

A clara nascente do Paratagi,

E o grito da seiva que explode na serra

Atrai o quilombo e o cariri.

Do audaz sertanista os passos ressoam

E alcançam o vale dos bravos Unhanhuns:

Os sangues se mesclam e os campos povoam

Então tu nasceste assim, Garanhuns.

Garanhuns,

Canta alegre a canção que tu és;

Que da paz sejas sempre cenário,

E teus filhos, do amor os lauréis.

Canta forte a canção da nascente,

Que fecunda teus vales, teus montes;

Esta mesma canção que da gente

Jorra como as águas das fontes.

Do herói bandeirante tu foste pousada,

Refúgio de negros nos teus alcantis.

Dançaste o toré e fizeste toada,

Promessas, macumbas e ouricuris.

Ó bela Simoa, teus filhos conclama

E lembra teus feitos desde o alvorecer...

A voz que bem alto teu nome proclama.

Exulta no hino do teu florescer.