sábado, 7 de fevereiro de 2009

O MENINO DO PALÁCIO DO DRAGÃO

Era uma vez, num país distante, um pobre vendedor de flores. Todos os dias ele colhia as flores, descia até o vale e atravessava um rio para chegar à cidade, onde vendia sua colheita. No fim da tarde, ao voltar para casa, atravessava novamente o rio e atirava na corrente os botões não vendidos.

Um dia, devido as fortes chuvas, o rio havia subido de tal forma e tão violenta era a torrente que era impossível cruzá-lo. O vendedor ficou parado, sem saber o que fazer, quando avistou uma tartaruga que veio em sua direção e se ofereceu para transportá-lo. Tão logo ele subiu no casco da tartaruga ela nadou velozmente, submergindo nas profundezas do rio. Em poucos momentos chegaram a um estranho palácio. Era o palácio do dragão, a morada do senhor da água. Lá, uma linda princesa os aguardava. Ela saudou calidamente o vendedor e agradeceu-lhe pelas flores tão bonitas que as águas do rio todos os dias lhe traziam. Ela o recebeu com um suntuoso banquete, ao som de delicadas melodias e com graciosas danças de peixes. Encantado, o vendedor permaneceu ali por um longo tempo. Finalmente o deleitado hóspede decidiu que deveria voltar para casa. Quando se despediu da princesa, esta mandou vir à sua presença um menininho maltrapilho. Por favor – disse ao florista, - cuide deste menino, e ele fará com que seus desejos se tornem realidade. Quando voltou para casa, acompanhado do menino, o vendedor de flores se deu conta da pobreza de sua cabana. Recordando-se das palavras da princesa, pediu ao menino um novo lar. O menino, então, bateu palmas três vezes e transformou a cabana em um maravilhoso palácio, esplendidamente mobiliado. O tempo passou, e o vendedor esqueceu-se de sua origem humilde, exigindo mais e mais luxos; em breve, transbordava de riquezas. Em um ambiente tão rico, o homem começou a achar que o menino maltrapilho estava fora de seu lugar. Pediu-lhe então que trocasse as suas roupas por outras mais bonitas. Porém, dizendo que era feliz daquele jeito, o menino se negou a fazê-lo e continuou usando os seus andrajos. Finalmente, o vendedor, convencido de que possuía tudo aquilo que poderia desejar, sugeriu ao menino que regressasse para o palácio do dragão. Este se recusou a voltar. Porém, ao ver o vendedor tão contrariado, concordou e deixou-se levar até o rio. Suspirando com alívio, por ter conseguido livrar-se do menino, o homem voltou ao seu palácio. Mas, para seu total assombro, o palácio havia desaparecido por completo. Ele estava novamente em sua humilde cabana, vestido com as mesmas roupas que usava quando era um pobre vendedor de flores, muito tempo atrás. Nervoso, e percebendo o seu erro, correu em direção ao rio chamando o menino.

Mas o menino também havia desaparecido. Fonte: Histórias da Tradição Sufi

8 comentários:

olhodopombo disse...

linda maravilhosa,
adoro estas historias,

voce consegue entrar no blog olhokaolhodopombo?

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Ceci, acho a estória interessante, mas nao me cabe tb em pensar que pessoas que eram pobres e sempre viveram com sacrifício se transforme em pessoas materialistas. Eu acho que esse tipo de estórias era muito do passado, embora hoje em dia sabemos que isso tb existe. Mas que nao é um tipo de se viver. Hoje em dia as pessoas ricas estao mesmo bem voltadas em ajudar o mundo em que se vive. Eu vejo um mundo onde muitas pessoas estao pensando em fazer muitas coisas boas. Nesses tipos de contos só se tem um estereotipo: um que é bonissimo e o outro que é ingrato.

Boa semana

Ceci disse...

olá, Geórgia,
esta história, como tantas outras das tradições, tem diversos níveis de leitura e compreensão. De forma que cada leitor pode tirar dela o ensinamento possível no momento.
Ótima semana, com um forte abraço de amizade.

Cecília disse...

Bela história...
Dá uma bela reflexão!
Gosto muito de ler estes contos.

Tenha uma ótima semana!!!

Beijossss

Fernanda disse...

Fez-me lembrar a história da galinhas do ovos de ouro!

No fim de contas retrata bem a ambição humana: queremos sempre mais e finalmente somos ingratos.

Bom fim de semana, Ceci!
Bjos

Miguel S. G. Chammas disse...

CECILINDIAZINHA, vai lá no meu cantinho de rabiscos que tem um mimo pra vc

Soninha disse...

Olá Ceci!
Que linda e encantadora história!
Nela está contida toda uma simbologia das virtudes que temos que desenvolver para progredirmos como seres humanos.
É tão dificil deter o poder nas mãos e fazer bom uso dele, não é mesmo?!
Valeu mesmo, ler esta história que ilustra bem a fragilidade humana diante dos sonhos efêmeros do homem.
Gostei muito.
Muita paz! Beijosssssssssssss

R Leandro disse...

Os contos tradicionais tem muitas funções, uma delas eh lembrar ao homem da sua verdadeira missão aqui na terra... "Estar acordado".